X trouxe uma demanda interessante: ele é espírita e sua esposa Y é evangélica. Até aí nenhum problema, já que são adultos. A questão é que ambos têm uma filha. A garota segue principalmente a religião da mãe. As demanda de X são as seguintes: deveria levar sua filha para conhecer sua opção religiosa? O que fazer se na igreja evangélica, que a filha vai com a genitora, o pastor estiver “demonizando” (associando ao demônio, ao mal) outras religiões, especialmente o espiritismo?

Quanto à primeira pergunta, não vejo nenhum problema. A criança poderá optar por uma das duas (ou por nenhuma) quando crescer. E se ela tiver qualquer dúvida sobre as diferentes doutrinas, os pais podem esclarecer tudo, sempre de uma forma respeitosa para com a religião do outro. Em relação à segunda questão, a coisa é mais delicada pois envolve uma terceira pessoa, também revestida de autoridade, no caso, o pastor. Então, é bom que a mãe opte por uma igreja em que tais discursos preconceituosos não são feitos. E caso não seja possível, é importante que a mãe desconstrua o discurso do pastor. Afinal, não é bom para a formação da sua filha e para o seu psiquismo que ela ache que seu pai segue uma religião maléfica ou falsa.